terça-feira, 26 de maio de 2009

Amo-te I.



Quando te conheci, não te suportava, desejava nunca te ter aceite aqui em casa.
Eras inquieta, barulhenta e possessiva.
Pensava que iria ser fácil cuidar de ti, serias de fácil manutenção, o ideal para quem é tão preguiçosa como eu...
Mas não és e se na parte dos afectos não te falta nada, em termos de higiene estética e saúde sei que a única culpada sou e fui sempre eu.
Antigamente não gostava de cães pequenos, achava-os irritantes e barulhentos. Não lhes conseguia ver qualidades positivas, a não ser o peso e a manutenção.
Estava muito enganada e sei hoje que o tamanho não importa.
Não te trocava por outro e não sei se voltarei a ter outro cão/cadela quando nos abandonares.

Hoje tens quase 7 anos e espero que por aqui fiques outros 7.
Vou ter muito gosto em te acompanhar, nas tuas maluqueiras habituais (corridas desenfreadas, ladrar até alguém vir ver o que é que se passa - será um rato? uma cobra? uma sardaneta?).
Caçar pardais, com uma técnica que só peca por não teres um ambiente onde te podes camuflar, pois todo o teu instinto de caçadora aí se revela: na respiração sustida, no olhar atento e focado, nos movimentos lentos e precisos e a corrida/aceleração decisiva...
Rebolar na relva, fuçar a terra em busca de toupeiras ou ratos.
O medo da água, o teu maior defeito.
A tua língua pequenina e cor de rosa. Os dentes branquíssimos sem nunca terem sido lavados...
O esconder bocadinhos de pão, ossos esgravatando um pouco a terra e deixando lá o tesouro enterrado com movimentos do focinho a colocar terra por cima...

O olhar espectacular :) ...


Sem comentários: